Tem uma aranha morando em meu
banheiro. Percebi sua presença esta manhã, enquanto escovava pesarosamente os
dentes. É uma aranha esguia, porém pomposa, em seu traje de gala sempre
disponível e suas grandes canelas de miss. Não me causou espanto ou admiração a
princípio. Mais parecia um singelo tufinho de cabelo, um minúsculo púbis
despregado do corpo a se mover por despretensiosas lambidas de vento.
Escondeu-se, desconfiada de que eu desejava terrivelmente o seu mal, atrás da
pia. Melhor deixá-la. Não quero desapontar eventualmente, seu belo parceiro,
que a deve esperar para o baile...
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