sexta-feira, 4 de maio de 2012




Tem uma aranha morando em meu banheiro. Percebi sua presença esta manhã, enquanto escovava pesarosamente os dentes. É uma aranha esguia, porém pomposa, em seu traje de gala sempre disponível e suas grandes canelas de miss. Não me causou espanto ou admiração a princípio. Mais parecia um singelo tufinho de cabelo, um minúsculo púbis despregado do corpo a se mover por despretensiosas lambidas de vento. Escondeu-se, desconfiada de que eu desejava terrivelmente o seu mal, atrás da pia. Melhor deixá-la. Não quero desapontar eventualmente, seu belo parceiro, que a deve esperar para o baile...

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